3 de setembro de 2025
Em um culto recente da igreja itinerante “Gym Church”, em Nagoya, no Japão, um ex-morador de rua dirigiu-se a dezenas de sem-teto para compartilhar sua experiência e pregar uma mensagem de esperança. O evento foi organizado pela iniciativa liderada pelo ex-lutador de boxe brasileiro e evangelista Marcos Sogabe.O pregador, que não foi identificado, falou com autoridade sobre a realidade das ruas, tendo ele próprio vivido essa condição. Em sua ministração, exortou os presentes a buscarem refúgio em sua fé.
“Deus está sempre de braços abertos para nos receber. Quem não abre os braços somos nós. Então, agarre-se ao amor de Deus, agarre-se às bênçãos de Deus, agarre-se à salvação, por favor”, afirmou, em vídeo divulgado nas redes sociais da organização. “Quem nos amou primeiro foi Deus. Por sua infinita bondade, Deus nos amou. Ele ainda continua nos amando. Todos vocês são amados”, completou.
A “Gym Church” é um projeto evangelístico idealizado por Sogabe que realiza cultos em academias, voltados especialmente para pessoas em situação de rua. O ex-atleta profissional, que migrou do boxe para o trabalho missionário, dedica-se atualmente a ações sociais em Nagoya por meio da “Missão Apoio – Bom Samaritano”, que distribui alimentos e oferece suporte espiritual a essa população.
“Em apenas um ano de atividade, conseguimos evangelizar e ganhar muitas vidas para Jesus. Obrigado a todos que servem nos nossos cultos e a todos que oram por esse avivamento aqui no Japão”, declarou Sogabe. Até o momento, o evangelista já realizou o batismo de sete pessoas – seis japoneses e um estrangeiro –, após um período de discipulado.
Contexto missionário no Japão
O Japão, historicamente resistente ao evangelho cristão, tem registrado um crescimento modesto but constante de atividades missionárias nas últimas décadas, impulsionadas em parte por trabalhadores estrangeiros, incluindo dekasseguis brasileiros.
De acordo com o pastor Adriano Aoki, missionário brasileiro de terceira geração no Japão, apenas cerca de 1% da população de 125,8 milhões de habitantes é cristã – incluindo católicos e protestantes.
“Há uma expansão do Evangelho, pessoas se convertendo ao Senhor, japoneses se convertendo, mas ainda o percentual é muito pequeno. As conversões maiores aqui são entre estrangeiros”, explicou Aoki.
Ele citou como principais barreiras à evangelização a complexidade do idioma japonês e a forte influência de religiões pagãs, como o budismo e o xintoísmo. Além disso, destacou a escassez de obreiros preparados e a dificuldade financeira de manter missionários no país, devido ao alto custo de vida.
Aoki expressou, no entanto, otimismo em relação ao futuro. “Há uma nova geração surgindo, filhos de missionários que hoje falam japonês fluentemente, estão nas escolas e universidades. Temos visto um grande mover de Deus para os próximos anos. Cremos que Deus há de salvar os nativos desta nação”, afirmou, segundo o Guiame.
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